sábado, 5 de fevereiro de 2011

Imagem é tudo

Só vai entender direito esse texto quem conhece a região onde ocorreu o fato. Mas quem não conhece, acho que dá pra deduzir.

Logo que decidiram inserir o maldito Halloween na nossa cultura nacional, fui convidada pela minha amiga Fabiana para ir numa festa, na casa de um colega dela do trabalho. Obviamente a festa era à caráter. Arrumei uma capa preta e uma dentadura de vampiro, o resto foi improvisação.

No dia da festa estava meio frio, e o vestido que eu arrumei era bem curto. Providenciei uma meia 7/8 preta (é aquela meia que vai até um pouquinho acima do joelho) e calcei um sapato de salto, também preto, de modo que parecia que eu estava usando uma bota de cano alto, só aparecia um pedacinho da minha coxa. Ficou uma coisa meio piriguete, mas era festa na casa de amigos, né? E ainda tinha a capa enorme pra eu me enrolar.

Fabiana foi me buscar de carro. O tal colega de trabalho morava em Copacabana, mais precisamente de frente para os fundos do Copacabana Palace. Chegamos por ali e fomos procurar um lugar para estacionar. Depois de algumas voltas, conseguimos uma vaga na rua Duvivier, na esquina da praia. Como ia rolar uma certa caminhada, achei melhor tirar meus acessórios de fantasia e ir andando até a festa vestida "como uma pessoa normal". Desci do carro e, logo nos primeiros passos, percebi um cidadão me chamando. Ele estava sentado na porta de uma daquelas muitas "casas de família" que tem ali na região, me estendeu um cartão de visitas e falou: "Se quiser entrar, pra você é grátis, e ainda tem um drink de cortesia.".

Fabiana gargalhou; eu não sabia onde enfiar a minha cara. E ainda me pergunto se deveria ter me sentido ofendida ou lisonjeada...

OBS.: Fabiana até hoje ainda ri de mim, lembrando do que ela chama de "oferta de emprego"!

Iemanjá

Durante uns bons anos eu passei o reveillón na praia. Mistura de dureza e falta de opção. É simples assim: junta uma pequena galera, compra bastante bebida e alguma comida e vai pra casa de alguém que more perto da praia. Tem que dizer que vai ter uma festa, pra parecer menos looser. Depois de beber e comer, ver os fogos na praia fica bem mais interessante.

Eu costumo comprar uma florzinha pra Iemanjá. Já que vou fazer uns pedidos, não custa nada levar uma oferenda. Suja a praia? Sim, mas é lixo orgânico, deteriora rápido. E dizem que os peixes comem (adoro "dizem": tira a culpa dos nossos ombros e não coloca ninguém na roda).

À tarde, montes de camelôs vendendo flores nas ruas de Copacabana, e eis que eu vejo um vendendo palmas lilases! Eu nunca tinha visto antes, e achei o máximo! Pensei: "Palma lilás é bem exótico, acho que Iemanjá vai adorar!". Comprei na hora e, como ainda era cedo, chegando em casa coloquei num copo com água pra não murchar.

O tempo foi passando, comidinhas e bebidinhas... Em torno de 22:30 decidimos ir nos encaminhando para a praia. Lentamente, em virtude das garrafas de vodka vazias em cima da pia da cozinha. Obviamente não esqueci de levar minha palma lilás.

Chegamos até a praia com nossas garrafas de champanhe (estouramos algumas antes da hora porque estava demorando muito pra dar meia-noite e precisávamos beber mais). E eu segurando a palma lilás.

Meia-noite! Fogos, todos se abraçam, banho de champanhe, hora de jogar minha palma lilás no mar. Quando olhei para ela, estava quebrada, em frangalhos, e eu disse: "Não vou oferecer essa flor assim pra Iemanjá, pega até mal.". Joguei a flor no asfalto e completei: "Vou deixar aqui, se ela quiser que venha buscar. Melhor ela nem ver... vai que leva a flor quebrada e me manda um namorado broxa?".

Naquele ano não me lembro de ter namorado ninguém. Ainda bem.

Ideias

Hoje entrei em uma brincadeira no Facebook que acabou me rendendo ideias para novos posts. Deixei um recado no meu mural pedindo pros meus amigos escreverem qual seria a primeira lembrança nossa que vem à cabeça. Rendeu muita conversa, e boas risadas!