Aqui se faz...

Era segunda-feira, por volta de 7 da noite. Joana estava chegando do trabalho, já no portão do prédio, quando tocou seu celular. Era um número restrito, mas mesmo assim ela decidiu atender:

-Alô?
-Alô, quem tá falando?
-Ué, foi você que me ligou... você quer falar com quem?
-Sabe o que é? É que seu número aparece várias vezes na conta do celular do meu namorado, só queria confirmar quem era você.
-Seu namorado? Mas, como assim...
-Seu nome é Joana, não é? Olha, eu já desconfiava dele a algum tempo. Terminei com ele tem uma semana, e ele não larga do meu pé...
-Mas como é o nome do seu namorado?
-É Pedro.

Joana gelou. Ela namorou pedro durante 6 anos e, embora eles houvessem terminado o namoro a 4 meses, continuavam se encontrando esporadicamente. Quem seria essa fulana?

-Mas existem muitos Pedros por aí... como posso saber se é o mesmo? Como é seu nome?
-É o Pedro que estudou História na UFRJ... que morava no Leme e se mudou no ano passado pra um condomínio na Gávea... E não interessa saber meu nome. Nós só precisamos desmascará-lo e...
-Olha, eu preciso saber seu nome. Se você não me disser, eu vou desligar.
-Tá bom, meu nome é Letícia. Você é mesmo a Joana, não é?
-Sou a Joana sim. Mas, me diga... há quanto tempo você namora com o Pedro?
-A gente namorou durante 8 anos.

Joana congelou. 8 anos??? Sim, ela fora "amante" de Pedro durante seus 6 anos de namoro.

-Joana, eu só quero que você acredite em mim. Nós íamos nos casar, eu já tenho meu enxoval completo! Estávamos fazendo até o enxoval do bebê! A minha família é toda louca por ele!
-Mas, Letícia... ele falava em casamento comigo também. Nós viajávamos juntos, eu freqüentava a casa dele...
-Já sei. Nós temos que botar ele na parede. Vamos nos encontrar e ir até a casa dele.
-Certo. Vamos marcar isso pra amanhã.

No dia seguinte, Joana nem conseguia trabalhar direito. Seu estômago dava voltas e mais voltas. Às seis em ponto ela liga de seu celular e avisa Letícia que passa para buscá-la em 10 minutos.

Letícia entra no carro de Joana e tira da bolsa uma montanha de álbuns de fotografia:

-Toma, pra você ver que eu não estou mentindo. Aqui tem fotos dos nossos 8 anos de namoro. Tem viagens, férias... tudo o que você puder imaginar.
-Não precisa disso! Eu acredito em tudo que você falou! E agora, como vamos fazer? Você liga pra ele?
-Não posso ligar, porque ele ficaria desconfiado. Não atendo os telefonemans dele desde que terminamos. Você poderia ligar, já que se encontram de vez em quando. Assim ele não vai perceber.

Joana digita o número do celular de Pedro:

-Alô, Pedro? Oi... você tá em casa? É que eu vim visitar uma amiga aqui na Gávea e pensei em passar aí pra te ver... Não, é rapidinho, eu nem vou subir. Desce, me espera na portaria, tô chegando aí. Beijo.

Entram no condomínio. Letícia desce do carro e fica esperando na outra esquina, enquanto Joana para o carro na porta do prédio. Pedro desce e entra no carro. Joana fica nervosa, mas tenta manter as aparências. Ela precisa enrolar Pedro até que Letícia apareça. Fica olhando pelo espelho retrovisor.

Letícia já chega abrindo a porta e descendo a porrada em Pedro:

-Seu cafajeste! Como você foi capaz de fazer isso com a gente? Você é um mau caráter! Você e toda a sua família!
-Seu canalha! Você é doente! Não procure a gente nunca mais!

Aprontaram um escândalo. Juntou um monte de gente pra ver. Os pais dele apareceram na janela e também ouviram merecidos impropérios, já que as duas constataram sua conivência no caso: cada uma era tratada como "a nora perfeita". Depois de satisfeitas, as duas foram embora. E acabaram se tornando melhores amigas.

Um mês depois, estavam Joana e Letícia tomando um chopp, quando chega uma amiga em comum, com uma bomba:

-Gente! Vocês viram a notícia que saiu na primeira página dos jornais de hoje?

O corpo de Pedro havia sido encontrado num terreno baldio, próximo ao condomínio onde ele morava. Enforcado, vestindo apenas... uma calcinha de renda. E a principal suspeita era sua noiva: Aline!

Isto é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com fatos reais será mera coincidência.
I'm back!!!

Mulherzinha

Hoje eu tive um típico dia de mulherzinha. Sabe aquele dia que você tira pra se embelezar? Então, toda mulher tem desses dias, com freqüencias diferentes. Eu, por exemplo, só em ano bissexto.

Resolvi ficar loira. Mas pra ficar loira com classe, tem que ir no salão. E eu odeio climinha de salão: dondocas, fofocas de Caras, bichonas soltando purpurina... Eu adoro gay, mas gay de salão é uó. É tipo caricatura de mulher. Porque mulher não requebra daquele jeito, não vira a mão daquele jeito e não fala com tanta entonação daquele jeito. Mas, se trabalhar direito, tá valendo, né...
Fiquei linda loira! A bicha amou! E ficou toda-toda quando eu disse que amei também. Mas aí começa aquela conversa: "Ah, você precisa fazer uma hidratação... tem uma queratinização megalomaníaca... e tem um produto miraculoso... a gente pode repicar as pontinhas...". Não. Chega. Acabou a minha cota de salão.Volto daqui a 4 anos. Ih, não! Agora sou loira... volto quando a raiz tiver preta...

Depois, sofrimento: depilação a laser. Isso não é coisa de Deus! Dói pra burro, a médica te coloca uns óculos de natação pretos que não te permitem nem saber o que está acontecendo, parece que dá uns choquinhos, e no final fica um cheiro de queimado pavoroso! Mas só pode ser coisa de Deus, porque, depois de algumas sessões... bye-bye pêlos! Pra sempre!

E o pior de tudo é que nem vou sair hoje pra exibir minha "mulherzice". Amanhã acordo super cedo. Vou ter que amarrotar meus lindos cabelos loiros no travesseiro. Mas em breve pretendo descobrir se é verdade quando a Marilyn disse que "as loiras se divertem mais".